Ivan Lendl foi um jogador impressionante, na postura, na determinação e no profissionalismo. Não deixava nada ao acaso. Preparava-se antes de cada evento de forma consistente e estruturada. Era uma máquina! Todos os jogadores da época temiam encontrá-lo porque sabiam que para ganhar tinham de jogar de forma irrepreensível. Se baixassem um pouco o nível era inevitável acontecer o que mais receavam: a derrota, mas, se venciam era sinal que estavam preparados, fisicamente como mentalmente, para os encontros seguintes.
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Depois de uns jogadores expressivos, e dentro de outros mais introvertidos, encontrámos em Lendl um jogador frio, gelado, um "iceberg", enfim... Estava bem assente que a sua meta era ganhar, e que nada nem ninguém podia pôr-se no seu caminho.
Que frieza!...Jogar para o homem não é usual no ténis, joga-se, sobretudo, quando não existe outra alternativa, como um "passing" pelos lados, por exemplo. Óbvio que tem de ser jogado com força porque o outro jogador pode ter um reflexo e acertar no nosso campo. Neste caso ele caiu, provavelmente magoado, é melhor (tentar) evitar, não é "Fairplay". Na altura, havia muitos jogadores a subir à rede, como táctica principal e esta atitude dava um ascendente psicológico à Lendl. Os jogadores podiam tremer um pouco antes de se aventurar para a frente.
Lendl sempre procurou melhorar as condições do jogo, ao nível das raquetes como ao nível do vestuário. Era frequente vê-lo jogar no "Open da Austrália" com um chapéu com uma protecção para a nuca.
Foi um trabalhador incansável, lembro-me de ler um artigo sobre uns treinos que ele fez com Sampras na casa dele e posso dizer que eram muito duros...
Tinha um tique estranho, arrancava as pestanas durante o jogo e antes de servir posicionava a raquete na mão, como se, de um revolver se tratasse.
Este colosso teve o jogo da sua vida, (para mim), contra Michael Chang em Roland-Garros em 1989. Toda a sua estrutura, frieza, controlo, desapareceu contra este pequeno americano que sofria de câimbras durante os oitavos de final. Lendl foi incapaz de encontrar uma solução para resolver o jogo contra Chang. Gosto que ele tenha perdido, mostra que no fundo de toda esta aparência de intocável, existia e existe um "Homem" sensivel, humano. Chang sofria fisicamente e era Lendl que agonizava.
Os seus resultados:
Australian Open: Vence em 1989 e 1990;
Roland Garros: Vence em 1984, 1986 e 1987;
Wimbledon: Finalista em 1986 e 1987;
U-S-Open: Vence em 1985, 1986 e 1987.
Foi nº 1 do Ranking Mundial de 1983 à 1984 e de 1985 à 1988.
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